Iniciativa da Universidade de Taubaté propõe formação de
apicultores.
Projeto contribui com cerca de 30% da renda de famílias da
zona rural.
Do G1 Vale do Paraíba e Região (*)
Famílias de Monteiro Lobato(SP) têm sido beneficiadas por um
projeto de apicultura desenvolvido pela Universidade de Taubaté (Unitau). Chamada “Cirandas do Mel”, a iniciativa, que
contribui com cerca de 30% da renda de pelo menos dez famílias da cidade,
começa a se estender para formação de apicultores em outras cidades do Vale do
Paraíba.
Por meio das aulas de apicultura, a família de Helena
Aparecida Rosa dos Santos, de 46 anos, pôde melhorar suas técnicas e ampliar a
produção do mel para venda. Ela trabalha há 18 anos com o marido na extração e
produção de mel, mas foi quando o projeto começou, em 2004, que conseguiu
aprimorar suas técnicas.
"Desde o começo tivemos várias aulas e conseguimos
orientação para fazer compras e procurar veterinários. [O projeto] Também nos
mostra como ter maior segurança com o mel", disse a participante do
projeto. Para a produção, Helena utiliza uma casa com estrutura completa para
extração disponibilizada para todos os participantes.
"Ganhamos todos os equipamentos e isso é ótimo, porque
nunca conseguiríamos comprar. Hoje onde a gente chega o mel vende. Aqui no meio
do mato nós não teríamos essa oportunidade de melhorar", afirma a
apicultora que vive na na zona rural, a 17km do centro do município. Segundo a
apicultora, somente no ano passado, ela e marido venderam cerca de 800 kg de
mel (o quilo custa em média R$ 16).
Além dos trabalhos de Helena e do marido, a filha de 17 anos
também está envolvida com o projeto, que envolve adolescentes e crianças em
trabalhos relacionados a apicultura e voltados para educação. “Minha filha
adora mexer com abelha, ajudamos ela também, até porque abelha é assim, igual
família”, diz. Para abranger toda a família, a iniciativa também oferece aulas
de artesanato para produção de itens com a temática do mel.
Projeto
A coordenação do projeto é feita pela Professora Lídia
Barreto, responsável pelo Centro de Estudos Apícolas da universidade. “A ideia é sensibilizar o núcleo familiar
para que pudesse andar melhor. Os jovens achavam que o fim deles seria na
enxada, mas a transformação de toda a comunidade foi uma coisa incrível”,
afirmou Lídia.
De acordo com a professora, atualmente, cerca de dez
famílias participam do "Cirandas do Mel", tendo um impacto positivo
de até 30% na renda dos participantes. Ao todo, foram investidos cerca de R$
300 mil no projeto, obtidos por meio da universidade com empresas parceiras.
“A comunidade também é importante para formação do aluno e
do professor. O projeto já é replicado em outras cidades como Redenção da Serra
e São Luiz do Paraitinga. Também estamos investindo na juventude rural, para
que consiga transformar lideranças”, disse.
(*) Colaborou: Daniel Corrá
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