Opção foi adotada por produtores do Sul de Santa Catarina.
Especialistas afirmam que produtividade pode triplicar.
O Brasil é destaque na produção de mel orgânico e tem
potencial para crescer ainda mais. A afirmação é da pesquisadora brasileira
Katia Gramacho, doutora em melhoramento genético de abelhas africanizadas. A
pesquisadora americana Marla Spivak concorda. “Nos Estados Unidos, nós
valorizamos o mel orgânico, mas não podemos produzi-lo porque há muitos
pesticidas”, revela.
Katia e Marla palestraram nesta quarta-feira no Primeiro
Encontro de Manejo Avançado de Mel, realizado em Araranguá, Sul de Santa Catarina.
O grande tema do evento foi o melhoramento genético das abelhas rainhas e como
isto pode aumentar a competitividade do mel brasileira, principalmente para a
exportação. O encontro faz parte do Projeto Orgânico, Comércio Justo e
Responsabilidade Ambiental realizado pela Prodapys, integrante do Projeto Bee
Brasil, parceria da Apex-Brasil e da Associação Brasileira dos Exportadores de
Mel (Abemel). Ainda através desta parceria, a Apex-Brasil e a Abemel levaram a
pesquisadora Marla Spivak e o chef de cozinha Rick Bayless, também dos Estados
Unidos, para o carnaval do Rio de Janeiro, dentro de um programa para aproximar
compradores de produtos brasileiros de seus fornecedores.
Para a pesquisadora Marla, a produção de rainhas
selecionadas está bem avançada no Brasil. A seleção adequada e o melhoramento
genético das abelhas rainhas são importantes para aumentar a resistência a
doenças e, desta forma, produzir o mel orgânico. Marla afirma que os
apicultores brasileiros ainda precisam de ajuda para diagnosticar as doenças
das abelhas e identificar porque elas estão morrendo. Nos Estados Unidos, a
morte de abelhas é um problema contínuo. A cada ano, perde-se 30% delas e os
pesquisadores não conseguiram ainda identificar a causa. “O uso de pesticidas é
um dos causadores, mas não o único”, explica Marla.
A pesquisadora brasileira Katia Gramacho conta que a seleção
e o melhoramento genético das rainhas é importante para a produção de mel
orgânico. “É preciso que não sejam utilizados tratamentos químicos para as doenças
das abelhas e que os apiários estejam afastados num raio de três quilômetros do
uso de pesticidas”, ensina Katia. O espaço necessário para a produção de mel
orgânico é o que dá chance para o Brasil se destacar nesta área, acredita.
Além de favorecer a produção do mel orgânico, o melhoramento
genético das rainhas também contribui para o aumento da produtividade em, no
mínimo, 40%. “Só a troca da rainha por uma selecionada já proporciona um
aumento na produção”, diz Katia.
Gastronomia - Além das pesquisadoras renomadas, o Primeiro
Encontro de Manejo Avançado de Mel contou com a presença do chef de cozinha
norte-americano Rick Bayless. Ele acompanhou a produção de mel em apiário e em
uma empresa. Bayless, que comanda uma rede de restaurantes e apresenta um
programa de TV nos Estados Unidos, descreveu a experiência como “maravilhosa”.
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