quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Própolis vermelha do nordeste brasileiro mata células leucémicas humana


Embora relevante, a pesquisa coordenada por Yong Park ainda está longe de propiciar o desenvolvimento de um medicamento para combater a leucemia
A chamada própolis vermelha, que ocorre somente no Nordeste do Brasil, foi capaz de induzir a apoptose (morte programada) em células leucémicas humanas em ensaios in vitro desenvolvidos na Unicamp, no Brasil. O resultado do trabalho abre perspectiva para futuros ensaios pré-clínicos, avança o portal ISaúde.



Desde 1995, o professor Yong Park, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, tem dedicado especial atenção às propriedades da própolis brasileira. Durante esse período, pesquisas conduzidas por ele classificaram 12 grupos dessa substância natural e constataram que ela possui actividades antimicrobianas, anticancerígenas e anti-VIH.




Embora relevante, a pesquisa coordenada por Yong Park ainda está longe de propiciar o desenvolvimento de um medicamento para combater a leucemia, como adverte o farmacêutico Gilberto Carlos Franchi Júnior, integrante da equipa de investigação. De acordo com ele, ainda é preciso cumprir um longo caminho até chegar a esse objectivo. "Dois dos desafios são identificar e isolar a substância que tem o efeito citotóxico. Depois é preciso fazer os testes pré-clínicos e clínicos. Por enquanto, o que fizemos foi constatar a actividade da substância no combate às células leucémicas e comprovar que a acção da própolis vermelha é maior do que a da própolis verde, que é a mais comum no Brasil", explica.



Dito de modo simplificado, o que os cientistas fizeram foi primeiro recolher a própolis vermelha em colmeias localizadas nas proximidades da costa e de rios nordestinos. De acordo com o professor Park, foi observado que as abelhas recolhiam o exsudato vermelho (substância resinosa) da superfície da planta Dalbergia ecastophyllum, conhecida popularmente como rabo-de-bugio. Tanto a própolis quanto o exsudato foram analisados e ambos apresentaram similaridade nos componentes químicos.



Em seguida, os extratos etanólicos das própolis vermelha e verde foram testados, in vitro, em células leucémicas humanas. "Ambos demonstraram capacidade de eliminar as células leucêmicas, mas a própolis vermelha apresentou um efeito mais eficaz", afirma Franchi Júnior.



O resultado do trabalho foi publicado no periódico científico Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine (eCAM) e provocou grande interesse por parte dos investigadores da área. Uma das consequências dessa repercussão foi o contacto do site Global Medical Discovery Series, que seleccionou o mesmo artigo para ser publicado na próxima edição. O portal dedica-se especialmente à divulgação de estudos científicos que podem contribuir para o desenvolvimento de futuros medicamentos.



Conforme o professor Park, inicialmente se pensava que a própolis era uma só. Com a realização de diversas pesquisas ao longo dos últimos 16 anos, o docente pôde constatar, no entanto, que a substância varia de acordo com a origem botânica. Assim, a resina recolhida no Sul do país apresenta compostos e propriedades diferentes da extraída no Nordeste, em razão das características da flora de cada região.



De maneira geral, no entanto, os testes feitos em aproximadamente 600 amostras recolhidas pela equipa do professor Park indicam que a própolis apresenta principalmente polifenóis, flavonoides agliconas e derivados. As variações quantitativas desses compostos também estão associadas ao ambiente vegetal. Considerado a maior autoridade mundial em própolis, o docente da FEA demonstra aversão a mesuras.



"Temos de continuar a investigar. O Brasil tem a maior biodiversidade do mundo, e muitas fontes para a produção de medicamentos ainda podem ser descobertas aqui", defende. Além do professor Park e do farmacêutico Gilberto Franchi Júnior, também participaram da pesquisa em torno da própolis vermelha os investigadores Cleber Moraes, Viviane Toreti, Andreas Daugsh e Alexandre Nowill.


Fonte: Portal de Oncologia Português, publicada em: 27/12/2011

Um comentário:

  1. Muito boa matéria.

    Gostaria de dizer que eu tenho esse produto já para a venda. Caso alguém se interessar acesse www.propolisvermelho.com.br ( com "o" mesmo ).

    Fico à disposição para sanar qualquer dúvida.

    Atenciosamente

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