Boa vontade e ideias originais são as chaves para abrir as
portas do desenvolvimento sustentável no Apiário Princesa das Matas. Com um
projeto inovador, a Casa do Mel planejada pelo engenheiro agrônomo de Viçosa
reduziu os custos da construção em 40% e se tornou uma referência nacional,
exemplo a ser seguido por recomendação do Ministério da Agricultura.
O sistema gavetão, criado por Pedro Acioli, também recebeu o
Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas de Alagoas.
Concorrendo com mais de 2 mil inscritos, o apiário ficou em 1º lugar na
categoria Inovação Tecnológica. “Foi surpresa por ser uma empresa do meio rural
competindo com empresas de tecnologia, comércio e outras”, lembra o agrônomo.
O gavetão permite que os quadros sejam separados da
melgueira, o que evita a contaminação dentro da casa onde se extrai e envasa o
mel. MG
A melgueira completa ainda pode conter muitas abelhas, além
de ser feita de madeira e ficar exposta à umidade, sol, fungos e poeira. Com a
ideia original, o gavetão feito de inox pode ser puxado de dentro da casa,
apenas com os quadros onde fica o mel.
ADEQUAÇÕES
A Casa do Mel de Viçosa está cheia de soluções inovadoras
planejadas para economizar recursos. Acioli explica que precisava obter o selo
de inspeção federal, estudou as exigências do Ministério da Agricultura e
adequou as normas a seu modo, inclusive poupando recursos naturais.
Ao invés de comprar um clorador, avaliado em até R$ 1 mil, o
apicultor desenvolveu um sistema com canos para levar hipoclorito ou água
sanitária para a caixa d’água e gastou em torno de R$ 25.
O chão da casa foi feito em níveis diferentes, o que evita o
uso de bombas e o consequente gasto de energia elétrica.
Vasilhas com soluções de limpeza também permitem a
higienização das botas, evitando o uso de material descartável para evitar o
contato delas com o chão da casa (que não pode ser contaminado). “Aqui, a gente
trabalha como numa sala de manipulação cirúrgica”, informa Pedro.
As mãos não podem tocar nas torneiras, mas o alto custo de
R$ 500 para implantar sensores nas pias foi evitado. Um engenho aciona o envio
de água por meio de uma alavanca acionada pelo pé.
A centrífuga dispensa energia elétrica; bastam duas rodadas
numa manivela para soltar o mel sem perder a cera e sem contato manual com os
favos.
Para passar da sala de extração à sala de envase, a
diferença de nível ajuda o apicultor. É só pegar o balde da centrífuga e levar
o mel, sem muito esforço, para o decantador. As telas nas janelas e a altura do
teto possibilitam uma ventilação que dispensa gastos com ar-condicionado. Tudo
mais econômico e sustentável.
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