Criadores adotam novos modelos de gestão - com base nas
abelhas - e comemoram melhores resultados
Notícia
publicada na edição de 25/05/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 6 do
caderno B - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente
após as 12h.
Amilton
Lourenço
amilton.lourenco@jcruzeiro.com.br
Antigamente o mel era sinônimo de produto medicinal, mas
esse conceito está mudando gradativamente e devido às campanhas realizadas pelo
setor apícola a doce substância produzida pelas abelhas passa a ser vista como
alimento, sendo utilizada em programas alimentares do poder público e até na
medicina estética. Essas ações, além das causas naturais como boas floradas do eucalipto,
são as justificativas para o aumento da produção registrada pela Associação
Paulista dos Técnicos Apícolas (Apta) e Cooperativa de Apicultores de Sorocaba
e Região (Coapis). Na safra deste ano a produção dos 292 cooperados da Coapis
atingiu a marca de 420 toneladas contra 360 toneladas contabilizadas em 2011. A
alta da produção é 16,80%.
De acordo com a gerente administrativa da Coapis, Maria
Paula Dantas dos Santos, para aumentar o consumo e a produção de mel, os
produtos locais estão atentos à garantia de boa qualidade por meio da
industrialização e diversificação dos produtos para o consumo. "O setor
vem crescendo bastante nos últimos anos e nossa expectativa é que a tendência
de alta prevaleça por muito mais tempo. Para isso, estamos investindo em apoio
técnico aos produtores, promoção de encontros, palestras e, principalmente,
apostando na melhoria do sistema produtivo, medida que agrega valor ao produto
e estimula o consumo", explica Maria Paula.
Um dos principais parceiros da Coapis e Apta é o Sebrae, diz
a gerente da cooperativa. "Por meio de treinamentos, o Sebrae contribui
diretamente com a melhoria do sistema de gestão. Atualmente, nossa meta é
conquistar cada vez mais clientes no Brasil e no exterior, porque o mel
produzido aqui tem muita qualidade", diz Maria Paula. "Estamos
conscientizando os apicultores de que somente com conhecimento, com a
participação em cursos e uma maior profissionalização é possível ganhar cada
vez mais mercado", complementa.
Não é remédio, é alimento
Na cooperativa, é possível comprar mel puro, e vários outros
produtos da cadeia produtiva apícola. Na sede da entidade, os consumidores têm
acesso à geléia real, pólen, própolis, pomadas e sabonetes. "O mel nunca
foi remédio. Ele é um alimento que previne todas as doenças", garante o
apicultor Francisco de Assis Líbano de Almeida. Aos 60 anos de idade, Almeida
afirma que nunca visitou um médico na sua vida e credita a boa saúde aos
hábitos alimentares, que valorizam o consumo do mel. "O mel tem grande
poder nutricional e deve fazer parte da dieta alimentar de toda a família. Ele
possui em sua composição quantidades de potássio, vitaminas e todos os tipos de
aminoácidos (proteínas). Também contém sais minerais e ainda um teor considerável
de antioxidantes e bactericidas”, propaga o produtor.
Felipe Furquim da Rosa, outro integrante da cooperativa,
endossa as palavras do companheiro, mas reitera a importância de se agregar
valor ao produto. "A diversificação é importante para facilitar a
comercialização. Além disso, adotamos uma política de excelência, que foca a
qualidade para fornecer produtos cada vez mais, melhor para os
consumidores", salienta.
Insistindo nos efeitos positivos trazidos pela utilização do
mel como alimento, Almeida dá uma verdadeira aula sobre os benefícios
oferecidos pela cadeia produtiva do mel. "O própolis é um alimento que
supre as funções do antibiótico, é antiinflamatório e cicatrizante. O pólen
possui os 22 aminoácidos existentes na natureza. Resumindo, ele é um excelente
complemento alimentar que funciona como um verdadeiro alimento para a saúde,
uma vez que, além de fornecer nutrientes, auxilia o organismo no combate e
prevenção de doenças. Já a geléia real, regenera células danificadas e funciona
até como antidepressivo. Estudos científicos revelam que um quilo de mel
corresponde a 9 quilos de cenoura, 2,6 quilos de peixe, 50 ovos, 40 laranjas,
25 bananas, 2,5 litros de leite e 1,7 quilos de carne", garante o
produtor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário