Folhapress
Com o forte calor, a cidade de Santos, no litoral sul
paulista, tem registrados vários ataques de abelhas. De acordo com os
Bombeiros, o número de atendimentos registrados em janeiro deste ano quase
triplicou em relação ao mesmo período de 2013, saltando de 33 para 91.
As ocorrências se concentram na área urbana no centro e na
região da orla. Ninguém morreu em decorrência das picadas. Porém, todas as
ocorrências foram de ataques "agressivos", segundo a corporação.
"O calor é um fator importante nesse fenômeno",
afirma Ronaldo Bastos Francini, professor do curso de ciências biológicas da
Universidade Católica de Santos.
"Quanto mais alta a temperatura, mais rápido as abelhas
se desenvolvem", diz.
Além disso, Francini menciona o fenômeno da
"enxameação", muito comum no verão, quando as abelhas se dividem para
criar novas colônias. Elas se espalham em uma região maior, ampliando os
incidentes de ataques.
"O calor amplia a atividade e o estresse desses
insetos. O trabalho é intenso para criar novas colmeias e elas atacam quando se
sentem ameaçadas", diz Mohamed Habib, professor de pós-graduação em
ecologia na Universidade Santa Cecília.
Na maior parte das ocorrências, as abelhas criam as colmeias
dentro de edifícios.
Em alguns casos, elas chegam a se alojar em estruturas
internas de apartamentos, como em janelas basculantes.
De acordo com o comandante interino do 6º Grupamento dos
Bombeiros, major Fábio Roberto Betini, a invasão de abelhas em ambientes
densamente urbanizados é perigosa porque os insetos atacam com frequência.
"É preocupante. Há risco de um possível choque
anafilático ou violentas reações alérgicas", afirma Betini.
Invasão em condomínio
O aposentado Eduvaldo Santana, 56, é uma das vítimas.
Abelhas invadiram o condomínio onde mora, no bairro do Embaré, e criaram uma
colônia na janela de uma das residências.
"Todas as tardes as abelhas saíam e invadiam os apartamentos."
Um dos moradores, alérgico, diz, "passou vários dias
com todas as janelas trancadas, mesmo com esse calorão".
O problema foi solucionado apenas com a chegada dos
Bombeiros, que removeu a colmeia. "Eles tiveram de vir à noite e passaram
horas até resolver o problema."
Nenhum comentário:
Postar um comentário