quinta-feira, 4 de julho de 2013

Mel é bom, menos para bebês pequenos

O alimento é contra-indicado para crianças com menos de 1 ano.


A sabedoria popular diz e os estudos científicos confirmam: além de ser gostoso, mel é bom para a saúde. Resultados de investigação realizada recentemente por pesquisadores da Universidade de Pensilvânia, nos Estados Unidos, mostram que o alimento pode ajudar crianças a melhorarem da tosse. Divulgado no ano passado, o levantamento foi baseado no acompanhamento de 130 crianças, de 2 a 18 anos, com tosse causada por resfriados, por cerca de quatro dias. De acordo com o estudo, "os benefícios do mel podem ser atribuídos aos antioxidantes naturais que possui em sua composição e aos efeitos antimicrobianos".





O médico nutrólogo Osmam Gioia recomenda a incorporação do alimento à dieta alimentar, mas só para crianças a partir de 1 ano. Segundo ele, antes desta idade, elas apresentam imaturidade do aparelho digestivo e, portanto, não têm condições de se defender de algumas bactérias, entre elas a Clostridium botulinum, que causa o botulismo. A doença atinge o sistema nervoso e interfere com a comunicação entre os neurônios, prejudicando a contração muscular e levando à paralisia dos músculos.

O risco de crianças pequenas adquirirem botulismo por conta de mel foi lembrado em agosto deste ano pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). De acordo com o órgão, pesquisas científicas apontam que "7% das 100 amostras de mel comercializadas por ambulantes, mercados e feiras livres, em 6 estados brasileiros, estão contaminadas com o bacilo". Na opinião de Osmam Gioia, a idade ideal para começar a fazer uso do alimento é a partir dos 2 anos. "Algumas crianças podem apresentar problemas no aparelho digestivo, que aumentarão à vulnerabilidade ao botulismo e outras doenças. Por uma questão de precaução, acho melhor adiar o consumo", ressalta.  O nutrólogo também destaca que os benefícios do mel são muito maiores que suas contra-indicações. Todos eles estão relacionados à rica composição do alimento, que contém glicose, levulose, fosfato, cálcio, ferro, magnésio, própolis, geléia real e pólen.

Glicose e levulose, por exemplo, são carboidratos que funcionam como energéticos e devem ser consumidos na medida certa, a fim de evitar o sobrepeso.  "Não há uma taxa ideal de consumo de mel, até porque ele não é medicamento. O segredo é não consumir em excesso e ficar sempre de olho nas calorias diárias necessárias para cada indivíduo. O indivíduo certamente não engordará se não ultrapassar este valor calórico e praticar exercícios aeróbicos sub-máximos, como andar entre 90 e 110 passos por minutos. Em 18 minutos, ele passará a poupar carboidratos dos músculos e passará a queimar as gorduras em reserva, perdendo peso", diz Osmam Gioia, que também é especialista em Medicina Esportiva.


O mel tem outras vantagens. Sua fórmula ajuda na liberação de energia que é necessária para a contração muscular, especialmente em exercícios de alta intensidade e curta duração. O ferro ajuda na síntese da hemoglobina (proteína dos glóbulos vermelhos) e na prevenção da anemia, enquanto o cálcio colabora para a prevenção de raquitismo (em crianças), osteomalácia (adultos) e osteoporose (idosos). "A g eléia real também não pode ser desprezada. Além do valor glicídio, ela possui vitaminas do complexo B", acrescenta Osmam Gioia.

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