O alimento é contra-indicado para crianças com menos de 1
ano.
A sabedoria popular diz e os estudos científicos confirmam:
além de ser gostoso, mel é bom para a saúde. Resultados de investigação
realizada recentemente por pesquisadores da Universidade de Pensilvânia, nos
Estados Unidos, mostram que o alimento pode ajudar crianças a melhorarem da
tosse. Divulgado no ano passado, o levantamento foi baseado no acompanhamento
de 130 crianças, de 2 a 18 anos, com tosse causada por resfriados, por cerca de
quatro dias. De acordo com o estudo, "os benefícios do mel podem ser
atribuídos aos antioxidantes naturais que possui em sua composição e aos
efeitos antimicrobianos".
O médico nutrólogo Osmam Gioia recomenda a incorporação do
alimento à dieta alimentar, mas só para crianças a partir de 1 ano. Segundo
ele, antes desta idade, elas apresentam imaturidade do aparelho digestivo e,
portanto, não têm condições de se defender de algumas bactérias, entre elas a
Clostridium botulinum, que causa o botulismo. A doença atinge o sistema nervoso
e interfere com a comunicação entre os neurônios, prejudicando a contração muscular
e levando à paralisia dos músculos.
O risco de crianças pequenas adquirirem botulismo por conta
de mel foi lembrado em agosto deste ano pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA). De acordo com o órgão, pesquisas científicas apontam que
"7% das 100 amostras de mel comercializadas por ambulantes, mercados e
feiras livres, em 6 estados brasileiros, estão contaminadas com o bacilo".
Na opinião de Osmam Gioia, a idade ideal para começar a fazer uso do alimento é
a partir dos 2 anos. "Algumas crianças podem apresentar problemas no
aparelho digestivo, que aumentarão à vulnerabilidade ao botulismo e outras
doenças. Por uma questão de precaução, acho melhor adiar o consumo",
ressalta. O nutrólogo também destaca que
os benefícios do mel são muito maiores que suas contra-indicações. Todos eles
estão relacionados à rica composição do alimento, que contém glicose, levulose,
fosfato, cálcio, ferro, magnésio, própolis, geléia real e pólen.
Glicose e levulose, por exemplo, são carboidratos que
funcionam como energéticos e devem ser consumidos na medida certa, a fim de
evitar o sobrepeso. "Não há uma
taxa ideal de consumo de mel, até porque ele não é medicamento. O segredo é não
consumir em excesso e ficar sempre de olho nas calorias diárias necessárias
para cada indivíduo. O indivíduo certamente não engordará se não ultrapassar
este valor calórico e praticar exercícios aeróbicos sub-máximos, como andar
entre 90 e 110 passos por minutos. Em 18 minutos, ele passará a poupar
carboidratos dos músculos e passará a queimar as gorduras em reserva, perdendo
peso", diz Osmam Gioia, que também é especialista em Medicina Esportiva.
O mel tem outras vantagens. Sua fórmula ajuda na liberação
de energia que é necessária para a contração muscular, especialmente em
exercícios de alta intensidade e curta duração. O ferro ajuda na síntese da
hemoglobina (proteína dos glóbulos vermelhos) e na prevenção da anemia,
enquanto o cálcio colabora para a prevenção de raquitismo (em crianças),
osteomalácia (adultos) e osteoporose (idosos). "A g eléia real também não
pode ser desprezada. Além do valor glicídio, ela possui vitaminas do complexo
B", acrescenta Osmam Gioia.
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