Apicultores familiares apoiados pela Companhia de
Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Alagoas
participaram da 13ª edição do Seminário Alagoano de Apicultura, realizado pela
Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande)
e Sebrae/AL em Japaratinga (AL). Na oportunidade, eles participaram de
importantes discussões do setor, a exemplo da identificação geográfica e do
registro de estabelecimentos e produtos apícolas.
Os apicultores são
beneficiários das ações de Inclusão Produtiva dentro do Plano Brasil Sem
Miséria do governo federal.
José Simplício, um dos participantes do seminário, integra a
Cooperativa dos Apicultores do Sertão (Coopeapis) e foi eleito coordenador do
Comitê Gestor do Plano Brasil Sem Miséria em Água Branca, sertão de Alagoas. “É
uma maravilha estar aqui. O que me faz integrar o comitê de maneira voluntária
é ajudar meus irmãos sertanejos a sair da miséria. Eu vim de uma família pobre,
lutei muito e hoje tenho uma boa situação, mas lembro do que passei. Acredito
que todos aqueles que tenham boa vontade podem contar com o apoio da Codevasf e
do governo federal para mudar sua situação social, como eu mudei a minha por
meio da apicultura”, disse Simplício, que pratica a atividade desde 2002. Ele
deu um recado aos interessados em entrar nas atividades apícolas: “acredite, tenha
fé e vá em frente, que tem espaço para todos”.
Daniel José da Silva trabalha com apicultura há cinco anos
no povoado Salgado, na zona rural de Delmiro Gouveia, também no sertão
alagoano. Beneficiário das ações de Inclusão Produtiva na área de apicultura do
Plano Brasil Sem Miséria, tem a atividade como única fonte de renda. Para ele,
o seminário foi uma oportunidade de conhecer melhor a atividade que pratica.
“Faço parte da Associação dos Criadores de Abelha de Delmiro Gouveia e vejo
aqui como estão os outros produtores. Nós tivemos queda na produção de mel e
perda de enxames com a seca, e creio que o apoio da Codevasf para nossa
associação poderá auxiliar a recuperação da produção, pois essa é a única fonte
de renda para muitos agricultores familiares”, apontou.
Plano Brasil sem Miséria
As ações de Inclusão Produtiva por meio da apicultura foram
apresentadas pela economista Carla Pinheiro, que representou o superintendente
regional, Luiz Alberto Moreira, e pelo engenheiro agrícola Kyrankeneth Pereira.
Em sua apresentação, ela destacou a aplicação de mais de R$ 4 milhões em
recursos da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) do Ministério da
Integração Nacional para inserir mil famílias em situação de extrema pobreza
nas atividades de apicultura em 26 municípios da área de atuação da Codevasf em
Alagoas.
“Nosso objetivo é fortalecer a cadeia produtiva da
apicultura e inserir essas famílias na atividade produtiva. Para isso, a
Codevasf adquiriu kits de apicultura que serão repassados a essas famílias, além
de implantar 10 unidades de extração e beneficiamento de mel e entrepostos.
Disponibilizaremos ainda, por meio de parcerias, a Assistência Técnica e
Extensão Rural (ATER), que permitirá o desenvolvimento da atividade”, explicou
Carla Pinheiro. Ela acrescentou que as ações de inclusão produtiva possuem como
foco famílias com renda per capita mensal de até R$ 70 e que estejam inscritas
no CadUnico (Cadastro Único de Programas Sociais do governo federal). Os kits
de apicultura que serão repassados pela Codevasf incluem, entre outros itens,
fumegadores, equipamentos de proteção individuais, colmeias e cera de abelha.
O coordenador nacional de apicultura do Sebrae nacional,
Demian Condé, destacou o apoio da instituição e da Codevasf para o
desenvolvimento do setor. “Temos dados que apontam que cerca de 20% do
atendimento em agronegócios do Sebrae no Brasil refere-se a apicultura, o que
demonstra a força da atividade. O Sebrae e instituições como a Codevasf estão a
disposição dos apicultores para prestar o apoio necessário visando fortalecer o
setor. A Codevasf está realizando um trabalho excelente de inclusão de famílias
de baixa renda nesta atividade, que não exige que o apicultor tenha
necessariamente terras disponíveis, pode ser arrendada ou mesmo emprestada. Ele
também não precisa se dedicar exclusivamente a essa atividade, podendo ser uma
atividade complementar e integrada com outras atividades como criação de ovinos
e caprinos”, afirmou.
A 13ª edição do Seminário Alagoano de Apicultura contou
ainda com a presença do superintendente federal do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Alay Correia, do diretor técnico do Sebrae Alagoas,
Ronaldo Moraes, do prefeito de Japaratinga Newberto Ronald Lima das Neves, de
representantes da União Nordestina de Apicultura e Meliponicultura,
cooperativas e associações de apicultores, empresários do setor, entre outros.
Antes do encerramento do evento, uma votação entre os presentes escolheu o
município de Água Branca como sede da próxima edição do seminário.
Bruno Santos – Jornalista Mte 759/AL
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