Apicultora é exemplo de produção de mel no semiárido da
Bahia.
Há três anos a agricultora familiar do distrito de Riacho
Grande decidiram incorporar em suas atividades no campo, além da tradicional
caprinovinocultura, a apicultura.
Há três anos a agricultora familiar do distrito de Riacho
Grande, em Casa Nova, Silvia Brasil, 42, e seu marido, José Carlos Brasil, 44,
após uma oficina sobre apicultura, realizado pela Empresa Baiana de
Desenvolvimento Agrícola (EBDA), órgão vinculado à Secretaria Estadual da
Agricultura, decidiram incorporar em suas atividades no campo, além da
tradicional caprinovinocultura, a apicultura.
Atualmente, a família de Sílvia Brasil atinge excelentes
resultados de produção, chegando ao patamar de 2,5 toneladas de mel por ano.
Devido ao grande sucesso na atividade, a agricultora familiar tornou-se uma
multiplicadora de conhecimentos apícolas em sua comunidade. Mas nem sempre foi
assim, antes da apicultura, a agricultora familiar trabalhava apenas com culturas
de subsistência, sem resultados expressivos.
Segundo a apicultora, ainda em 2009, foram realizados mais
dois cursos apícolas pela EBDA, onde um deles orientava sobre a elaboração de
projetos de investimentos, para início de um empreendimento agrícola.
"Logo procurei um banco e financiei, junto com meu marido, 60 colméias,
que geraram, de início, 200 quilos de mel", comentou a apicultora.
No ano seguinte, com a mesma quantidade de colmeias, a
produção da propriedade foi de 1,2 mil quilos de mel. "Hoje, mais
qualificada na atividade, já consigo produzir o dobro de mel, com as mesmas 60
colmeias, e com certeza a apicultura é para a minha família, a principal
atividade de geração de renda," afirmou Silvia Brasil.
Lembra o marido da apicultora, José Carlos, que em três anos
a atividade viabilizou a construção de uma casa para a família. "Antes,
morávamos na casa da minha sogra; com o aumento das vendas do mel e da cera, a
valores justos, conseguimos construir nosso próprio lar, além de compramos
televisão, geladeira, antena parabólica e até troquei minha moto por uma mais
nova" disse Carlos Brasil.
De acordo com o técnico da EBDA, José Fernandez, essas
conquistas só foram possíveis devido à melhoria na qualidade da Assistência
Técnica e Extensão Rural (Ater) prestada pela empresa, e a valorização dos
produtos apícolas. "Com uma Ater de qualidade e com o valor do quilo do
mel girando em torno de R$ 4,30, o resultado para a apicultora não poderia ser
melhor. Com a produção da família Brasil, em torno de 2,5 toneladas de mel, a
renda gerada é de aproximadamente R$ 10,750 mil, o que proporciona uma
lucratividade considerável a família", comentou o técnico.
Fernandez também informou que, após estudos sobre a
atividade, e de acordo com as peculiaridades da região, para potencializar a
qualidade de vida do sertanejo, a apicultura é uma das atividades com o melhor
custo benefício, para investimento da agricultura familiar. Para atingir a este
objetivo, a empresa passou a intensificar as ações de apicultura, através de
capacitações e dias de campo, inclusive com a participação de Sílvia Brasil.
"O sucesso foi imediato e pode ser sentido esse ano, onde a produção de
mel, na região, foi potencializada em 89%, em relação ao ano passado",
comentou o técnico.
O casal tem uma filha, a pequena Lorena Azevedo, 6 anos, que
já decidiu também ser apicultora. "Eu gosto muito das abelhas; tenho até
minha roupa de apicultora para ajudar meus pais. Quando eu crescer terei minhas
próprias colmeias" afirmou Lorena.
Fonte: Agrosoft, publicada em: 06/03/2012
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